Retroauricular, receptor no canal, intra-auricular, microcanal, intracanal… Atualmente, são vários os tipos de aparelho auditivo. Você já conhece todos eles?
Esses dispositivos são o tratamento mais utilizado na reabilitação de pessoas com perda auditiva e estão cada vez mais compactos, tecnológicos e eficientes. Por falar nisso, uma pesquisa norte-americana realizada com mais de 1500 usuários de aparelhos auditivos revelou que 92% deles estão satisfeitos com os benefícios trazidos pelo equipamento.
Sendo assim, que tal conhecer como funcionam os aparelhos auditivos, entender qual é tipo ideal para cada grau de perda auditiva e saber como é feita a escolha do modelo perfeito? É sobre isso que a Binaural vai falar neste artigo. Confira!
Como funcionam os aparelhos auditivos?
Quando o paciente tem algum grau de perda auditiva, é porque ele já não consegue ouvir determinados sons com o volume ou a nitidez que ouvia antes. E é exatamente para isso que serve o aparelho auditivo: para amplificar e tratar o som que chega ao ouvido, de forma que o usuário possa reconhecê-los sem dificuldade.
Existem diferentes tipos de aparelho auditivo, mas, no geral, eles possuem três mecanismos básicos:
- Microfone: responsável por captar os sons externos, transformá-los em sinais elétricos e enviá-los ao amplificador;
- Amplificador: como o próprio nome sugere, ele aumenta a intensidade do som, de acordo com o grau de perda auditiva do paciente, que foi previamente identificado no exame de audiometria;
- Receptor: depois de amplificado, o som digital é convertido em sinais acústicos e enviado para dentro do ouvido pelo receptor. Quando chega ao ouvido interno, a cóclea os transforma em impulsos elétricos, e o nervo auditivo leva essas informações para o cérebro, para que o som seja finalmente processado e reconhecido.
Ah, é importante ressaltar aqui que o aparelho auditivo não amplifica todos os ruídos. O dispositivo é configurado – graças à sua Inteligência Artificial – para amplificar apenas os sons que estiverem na frequência que a pessoa não consegue ouvir com clareza (e isso é detectado na audiometria, como veremos a seguir).
Então, por exemplo, se o usuário tem dificuldade para ouvir sons agudos, mas ouve os graves com perfeição, não faz sentido aumentar todos eles, certo? Sendo assim, neste caso específico, o aparelho será capaz de identificar quais são os ruídos agudos no ambiente e amplificar apenas eles.
Quais os tipos de aparelho auditivo?
Retroauricular (BTE)
São os mais antigos e conhecidos pelas pessoas. O termo BTE, em inglês, é a sigla para Behind-the-Ear (“atrás da orelha”, em português). Isso porque todos os dispositivos deste modelo de aparelho auditivo – microfone, amplificador e receptor – ficam posicionados dentro de uma caixinha que passa por trás da orelha.
No interior do conduto auditivo, fica apenas um molde (geralmente de silicone), feito sob medida para a pessoa, que recebe o som do receptor por meio de um pequeno tubo transparente.
O modelo retroauricular é indicado para todos os graus de perda auditiva – desde que o fonoaudiólogo recomende o uso.
Receptor no canal (RIC)
Bem parecido com o modelo retroauricular, já que microfone e amplificador também são posicionados atrás da orelha. A diferença é que, neste, o receptor fica dentro do canal auditivo e, consequentemente, a parte externa do aparelho é menor, tornando-o mais discreto.
Além disso, o aparelho auditivo com receptor no canal não precisa de molde. Dessa forma, a adaptação é mais rápida e o paciente já pode começar a usá-lo de imediato. Ele é geralmente recomendado para perdas auditivas leves a moderadamente severas.
Aparelhos auditivos intra-auriculares
Microcanal (CIC)
O aparelho auditivo microcanal também é conhecido como CIC – sigla para Completely-In-Canal, ou “completamente dentro do canal”, em português. Ou seja, é colocado totalmente no interior do ouvido, sendo o modelo de aparelho auditivo mais discreto disponível atualmente no mercado.
Ele é muito compacto (parece um ponto eletrônico), praticamente invisível, e é feito sob medida para o usuário. Por outro lado, essa discrição também tem suas desvantagens.
Por exemplo, dependendo do tamanho do canal auditivo da pessoa – muito largo ou muito estreito -, não será possível utilizá-lo, pois o encaixe precisa ser perfeito. Além disso, ele costuma ter potência menor que a do modelo retroauricular, sendo indicado apenas para graus de perda auditiva leve ou moderada.
Intracanal (ITC)
O aparelho auditivo intracanal (ITC) é muito parecido com o microcanal, só que um pouquinho maior. Ele também é colocado diretamente no canal auditivo (não passa atrás da orelha), mas parte da cápsula do equipamento fica visível.
Assim como o modelo microcanal, ele é recomendado para perdas auditivas de graus leve ou moderado. Porém, a grande vantagem do aparelho intracanal está na conectividade: geralmente se conecta a smartphones via Bluetooth e possui controle de volume no próprio dispositivo.
Intra-auricular (ITE)
Dentre os aparelhos auditivos intra-auriculares, o modelo ITE (In-the-Ea
r, ou “dentro da orelha”, em português) é o maior em tamanho – embora ainda discreto – e aquele que entrega mais potência de amplificação. Por esse motivo, ele pode ser usado para perdas auditivas leves, moderadas e severas.
São personalizados, desenvolvidos para o perfeito encaixe na orelha do usuário. Também costumam trazer controle de volume, conexão Bluetooth, botão de programação e até bateria recarregável.
Como escolher o aparelho auditivo ideal?
Como vimos, existem vários tipos de aparelho auditivo, cada um com características e recursos diferentes para atender situações específicas.
Por esse motivo, a escolha precisa ser orientada por um fonoaudiólogo, depois de realizados os exames audiológicos – normalmente a audiometria – que identifiquem o tipo (condutiva, neurossensorial ou mista) e o grau da perda auditiva (leve, moderada, moderadamente severa, severa ou profunda).
Outros fatores que podem influenciar na decisão de qual aparelho auditivo escolher são a anatomia do canal auditivo (mais largo ou mais estreito), a idade e o estilo de vida da pessoa (como é o local de trabalho, se pratica ou não esportes, etc.).
Se ela tiver uma perda auditiva de grau leve, por exemplo, e as condições citadas acima forem favoráveis, ela poderá usar o modelo microcanal, que é o mais discreto de todos. Entretanto, se o déficit de audição for severo e a idade um pouco mais avançada, o aparelho auditivo retroauricular (BTE) é mais potente e não sai com facilidade, sendo normalmente recomendado.
A boa notícia é que hoje, com o avanço da tecnologia, todos os modelos ganharam versões mais modernas e compactas – alguns até com Inteligência Artificial (IA) -, o que facilita bastante a adaptação.
Conclusão
Neste artigo, mostramos a você os diferentes tipos de aparelho auditivo e como eles funcionam. Vimos que a escolha do modelo ideal deve ser feita após os exames realizados pelo fonoaudiólogo, quando será possível obter o diagnóstico da perda auditiva.
Independente do modelo, o mais importante é que o paciente tenha consciência de que o uso desse dispositivo é fundamental para que ele consiga ter a sua qualidade de vida de volta. Além disso, os aparelhos auditivos estão cada vez mais discretos e confortáveis, bem diferentes dos modelos antigos.
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Caso tenha gostado deste conteúdo, confira também este outro artigo do blog: Binaural e Signia: parceria traz o menor aparelho auditivo do mundo para Rio Preto.