Viver em um mundo cheio de sons nos possibilita experiências maravilhosas, não é mesmo? Mas e se você não fosse capaz de processar determinados sons ao seu redor? É isso que acontece com pessoas que sofrem de audição seletiva.
Entender esse aspecto é fundamental para promover maior conscientização e mais compreensão sobre as dificuldades enfrentadas por pacientes que lidam com essa condição auditiva.
Pensando nisso, preparamos este artigo. Nele, vamos explorar o conceito de audição seletiva e como essa condição pode afetar a vida social das pessoas, bem como suas relações interpessoais e suas vidas profissionais. Continue lendo para conferir!
O que é audição seletiva?
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a audição seletiva não se refere ao ato de só ouvir o que quer e quando quer. Ela é uma circunstância da perda auditiva e diz respeito à dificuldade de processar determinados sons de forma adequada, condição que pode variar em intensidade e afetar pessoas de todas as idades.
Diferentemente da perda auditiva comum, em que o paciente pode ter dificuldade de ouvir sons de determinadas frequências, a audição seletiva envolve a capacidade de selecionar e focar nos sons relevantes, enquanto suprime os ruídos e estímulos indesejados.
Funciona assim: quando há perda de audição, o paciente deixa de ouvir sons em frequências específicas — a depender do grau de perda auditiva. Em decorrência disso, o cérebro deixa de processar esses sons e provoca uma espécie de “esquecimento” em relação a eles. Sendo assim, o paciente pode até conseguir ouvi-los, mas não consegue processá-los, ou seja, não os entende.
Isso pode resultar em uma experiência auditiva confusa e em dificuldades de acompanhar conversas, especialmente em ambientes ruidosos.
Quais são os graus de perda auditiva?
A perda auditiva pode ocorrer em diferentes graus. Sabendo disso, é importante conhecer esses níveis para compreender melhor o impacto que essa condição pode ter na vida social de uma pessoa.
De forma geral, os graus de perda auditiva se classificam como leve, moderado, severo e profundo, com base na capacidade da pessoa de ouvir sons em diferentes faixas de frequência. Entenda:
- Leve: o paciente pode ter dificuldade de ouvir sons suaves ou em ambientes ruidosos. A compreensão da fala pode ser afetada, especialmente em situações de maior complexidade auditiva.
- Moderada: a dificuldade em ouvir sons é maior. O paciente pode ter dificuldade de acompanhar conversas em ambientes barulhentos e pode depender da amplificação sonora, como aparelhos auditivos, para melhorar a audição.
- Severa: o paciente tem grande dificuldade de ouvir sons normais e até mesmo sons mais altos. A comunicação verbal pode ser bastante comprometida, exigindo o uso de aparelhos auditivos especializados e estratégias de comunicação alternativas.
- Profunda: neste grau, há perda auditiva significativa ou total. Assim, o paciente pode não conseguir ouvir sons cotidianos e pode depender de métodos de comunicação não auditivos, como a língua de sinais. Um médico otorrino poderá indicar alguns tratamentos, como um teste com aparelhos auditivos ou o implante coclear.
Por fim, embora a audição seletiva não seja um “tipo” de perda auditiva, ela pode ser agravada por um déficit auditivo existente. Isso torna ainda mais desafiador para o indivíduo se comunicar e interagir socialmente.
Como a audição seletiva pode afetar sua vida?
A audição seletiva pode ter um impacto significativo na vida social e profissional dos pacientes. Sendo assim, para ilustrar de forma efetiva, listamos algumas das diversas maneiras pelas quais essa condição pode afetar as pessoas:
- Dificuldade em acompanhar conversas: o paciente com esse distúrbio auditivo pode encontrar dificuldade em entender conversas em ambientes barulhentos ou com várias vozes. Isso resulta, muitas vezes, em isolamento social e frustração.
- Problemas de comunicação interpessoal: a audição seletiva pode levar a mal-entendidos e dificuldades de comunicação, prejudicando relacionamentos pessoais e profissionais.
- Limitações nas atividades sociais: participar de eventos sociais, como festas ou reuniões, pode se tornar desafiador para pessoas com seletividade auditiva, devido à dificuldade em seguir conversas e interagir com os outros.
- Impacto na vida profissional: a condição pode afetar a comunicação no local de trabalho, dificultando a colaboração entre equipes e a participação em reuniões, por exemplo.
- Sentimentos de ansiedade e isolamento: a audição seletiva pode levar a sentimentos de ansiedade, estresse e isolamento social, devido às dificuldades enfrentadas na interação e na compreensão das informações sonoras.
Sendo assim, é fundamental que quem sofre com a auditiva seletiva procure suporte adequado, como fonoaudiólogos e terapeutas. Assim, é possível desenvolver estratégias de comunicação e lidar da melhor maneira com os desafios diários.
Enfim, com compreensão e apoio, é possível minimizar os impactos negativos e melhorar a qualidade de vida de quem possui essa condição.
Como minimizar os efeitos da seletividade auditiva?
As formas de minimizar os efeitos da seletividade auditiva podem variar dependendo da causa subjacente e da gravidade da condição. Aqui estão algumas opções mais comuns:
- Aparelhos auditivos: esses dispositivos amplificam os sons e ajudam a melhorar a compreensão da fala e a percepção de sons importantes.
- Terapia auditiva e reabilitação: terapias auditivas — como a terapia auditivo-verbal, a terapia auditiva comportamental e a terapia de processamento auditivo — podem ajudar a treinar o cérebro a reconhecer e processar os sons de forma mais eficiente.
- Estratégias de comunicação: o aprendizado de técnicas de comunicação específicas, como o uso de pistas visuais, expressões faciais e linguagem corporal, pode ajudar a compensar as dificuldades na compreensão da fala em situações desafiadoras.
- Aconselhamento e suporte psicológico: lidar com a audição seletiva pode ser emocionalmente desafiador. Assim, o aconselhamento e o suporte psicológico são essenciais para ajudar o paciente a lidar com o estresse, a ansiedade e a frustração que podem surgir em decorrência da condição.
Entretanto, não se esqueça que é imprescindível consultar um profissional de saúde auditiva para uma avaliação completa e um plano de tratamento adequado às necessidades individuais de cada um.
Perda auditiva tem cura?
Como você pôde ver, a perda auditiva é a condição que geralmente dá origem à audição seletiva. Contudo, é importante destacar que cada caso é único e que o primeiro passo a ser dado é buscar uma avaliação completa com um profissional qualificado, que poderá orientar sobre as melhores opções de reabilitação auditiva.
É importante reforçar que a perda auditiva não tem cura. Entretanto, há tratamentos extremamente eficientes, capazes de minimizar seus efeitos. Quer saber mais? Acesse o nosso texto de blog sobre como recuperar a audição perdida.