Você sabia que existe ligação entre sensibilidade auditiva e a ansiedade? E é muito mais comum do que imaginamos.
Essa hipersensibilidade auditiva caracteriza-se pelo incômodo anormal com diversos sons do ambiente, como buzinas, latidos de cachorro e o tiquetaquear de um relógio, por exemplo.
A ansiedade pode ter como um de seus sintomas essa amplificação de sensibilidade e, neste artigo, vamos explicar o que é, quais os tipos e o tratamento recomendado para essa condição. Fique conosco e confira!
O que é a sensibilidade auditiva?
Resumidamente, a hipersensibilidade auditiva é a baixa tolerância a sons comuns do dia a dia — como o som de gargalhadas ou choro de bebês —, geralmente suportáveis para a maioria das pessoas.
Sendo assim, essa sensibilidade extrema atrapalha a capacidade de concentração, causa dor de cabeça, zumbido, insônia, irritação e é um estímulo para o isolamento social de quem sofre com ela, quadro que pode evoluir até se tornar um quadro de depressão.
Além disso, é importante ressaltar que quem tem hipersensibilidade auditiva possui uma audição normal, mas se a exposição sonora for crescente e contínua, pode causar perda auditiva.
Existem três tipos de sensibilidade auditiva. São elas:
- Hiperacusia
A hiperacusia é a baixa tolerância a sons de alta intensidade, que acomete tanto pessoas com uma audição normal — com maior sensibilidade a ruídos de 5 a 17 decibéis — quanto quem possui deficiência auditiva.
Sendo assim, quem tem essa condição passa por um grande desconforto diário, chegando a sentir dor de cabeça e vertigens ao ouvir um toque de telefone alto, o barulho de aspirador de pó ou do cortador de grama.
- Misofonia:
Também conhecida como “síndrome de sensibilidade seletiva do som”, nela, o indivíduo sofre ao ouvir barulhos normalmente imperceptíveis, como barulhos de respiração, de mastigação ou de dedos digitando no teclado, por exemplo.
O “simples” som de dentes entrando em contato com uma maçã pode liberar adrenalina, como se o corpo estivesse enfrentando algum tipo de ameaça, causando sintomas como sudorese, tremores, tensão muscular e taquicardia.
- Fonofobia:
De forma resumida, quem sofre com esse distúrbio tem, literalmente, medo de barulho.
Isso se dá devido a uma alteração psicológica, que faz com que a pessoa tenha sintomas de ansiedade — como palpitações no coração, boca seca e transpiração excessiva — ao ouvir sons altos.
Sensibilidade auditiva e ansiedade: qual a relação?
Como a ansiedade afeta todo o sistema perceptivo (visão, audição, tato, paladar e olfato), quem sofre deste problema se sente em constante estado de alerta.
Associados a qualquer síndrome de sensibilidade auditiva, os sintomas são cada vez mais fortes e os gatilhos ainda mais numerosos, muitas vezes fazendo com que a pessoa se isole para não ter contato com nenhum tipo de som que possa desencadear uma crise.
Sendo assim, medicamentos anti ansiolíticos podem reduzir essa aceleração, mas não a curam. Por isso, em primeira instância, a psicoterapia é o tratamento mais indicado para tratar essa condição.
Na psicoterapia, o paciente aprende a lidar melhor com os ruídos e a treinar o cérebro para mudar o direcionamento de seu foco quando for exposto a algum som que cause desconforto.
Causas mais comuns da hipersensibilidade auditiva
Apesar de não existir um motivo específico, existem algumas condições e cenários que contribuem para o surgimento da hipersensibilidade.
A superexposição a níveis altos de decibéis é a causa mais imediata da sensibilidade auditiva, que acontece quando o indivíduo escuta sons muito altos, constantemente (como o uso constante de fones de ouvido com volume não recomendado).
Fisiologicamente, existem casos onde há uma má formação genética no ouvido interno, no músculo tensor do tímpano ou nos músculos estapedianos, que são responsáveis pelos reflexos auditivos.
Entretanto, também é preciso levar em consideração instabilidades emocionais, que podem causar a diminuição da serotonina — neurotransmissor responsável por nos proporcionar a sensação de bem-estar —, cujo déficit pode afetar a audição.
Por fim, existem situações onde doenças auditivas (como a doença de Meniére) são o agente causador da hipersensibilidade auditiva.
Diagnóstico e tratamento
Primeiramente, para chegar a um diagnóstico de hipersensibilidade auditiva, é recomendado fazer não só a audiometria (para identificar o menor nível de incômodo com ruídos), como também uma avaliação clínica com um profissional da área, ou seja, um fonoaudiólogo e/ou otorrinolaringologista.
A linha de tratamento vai depender da causa, mas de forma geral, é feito com medicamentos, terapias sonoras (feita por um fonoaudiólogo, consiste em ajustar os aparelhos auditivos em uma frequência que irá abafar determinados ruídos incômodos), terapia cognitivo comportamental ou psicoterapia.
O tratamento medicamentoso auxilia no alívio de alguns sintomas, como dores e irritabilidade, além de atuar no controle da ansiedade.
Outra opção é a dessensibilização auditiva, em que o paciente é exposto a sons suaves do ambiente por determinados períodos para que seus ouvidos se acostumem e, assim, o desconforto auditivo diminua.
Enfim, independente do tratamento indicado pelo seu médico, o importante é saber que hipersensibilidade auditiva não é sinônimo de baixa qualidade de vida e que é possível, sim, encontrar a cura.
Relação da sensibilidade auditiva e ansiedade
Enfim, agora que você já sabe que existe uma relação entre a sensibilidade auditiva e a ansiedade, esperamos que entender como ela funciona e que existem diversos tratamentos disponíveis te deixe mais confiante ao lidar com essa condição.
Porém, é indispensável buscar o auxílio de profissionais qualificados (fonoaudiólogos e otorrinolaringologistas) para obter um diagnóstico apropriado e decidirem de forma conjunta qual o caminho a seguir.
Entretanto, se você ainda não sabe se a hipersensibilidade auditiva é realmente o seu problema, existe outra condição que muitos não conhecem e que vale a pena ler sobre: a fadiga auditiva – confira o artigo no qual falamos sobre o assunto!